quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Professorinha
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Sagrados pioneiros
Maringá prima pela valorização de seus pioneiros.
A cidade é jovem e, por isso, muitos dos que chegaram nas décadas de 40 e 50 estão vivos e constantemente são homenageados pelo poder público e entidades.
Na maior parte das publicações há um indisfarçável interesse em romancear a história da Cidade Canção. Nos relatos, a máxima de César – Vini, vidi, vici (vim, vi, venci) – serve como modelo para contar a saga dos pioneiros.
Os embates políticos são retratados, em sua maioria, de forma novelesca, como se todos lutassem pelo desenvolvimento da cidade com desprendimento, apenas pelo ideal de servir à comunidade e não para o ganho e satisfação pessoais.
Nos depoimentos dos pioneiros não se verificam críticas contundentes à administração municipal, Câmara de Vereadores e a outros setores.
A atuação da Companhia de Terras, que passou a se chamar Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, parece não merecer reparos. Os relatos convergem quase sempre para um único ponto: o da vitória com luta e garra. Certamente influenciados pelo mascaramento das informações históricas do Brasil até meados da década de 80, os historiadores fizeram de Maringá um lugar em que imperava a harmonia.
Pelo que se ouve e lê, os homens trabalhavam duro, mas com o semblante feliz e entoando a cantiga Maringá, de Joubert de Carvalho.
Esta visão distorcida de Maringá não pode ser debitada apenas a quem escreveu a história e a professores, estudantes, jornalistas e outros curiosos que hoje a reescrevem.
Para não ferir suscetibilidades, destinar críticas a quem não pode mais respondê-las e para não se vangloriar sob pena de tripudiar o fracasso de outros, os próprios pioneiros se encarregam de manter o mito da cidade formada em completa harmonia. Os filhos e netos mantêm esta chama viva. Os poetas caminham juntos neste objetivo.
Desfigurando a realidade, não são tomados depoimentos daqueles que vieram a Maringá e não prosperaram. E convenhamos, é difícil obter estas declarações. Também não foram divulgados registros daqueles que tiveram que devolver seus lotes à Companhia de Terras por falta de pagamento.
Torna-se impossível chegar a um número de famílias que não se adaptaram e foram tentar a sorte em outras regiões, dos que empobreceram, faliram, dos que morreram à mingua. Estas considerações se fazem necessárias para entender com mais precisão o desenvolvimento de Maringá e até mesmo para dar o devido valor aos que superaram as vicissitudes.
São muitas as perguntas sem respostas porque o que se encontra nos compêndios é apenas o produto final de Maringá. Lá está a boa informação. Um filtro na história. Como se a Cidade Canção tivesse chegado ao estágio atual somente por obra e graça de uma leva de homens sérios e trabalhadores cingidos por Deus.
(Livro A história de um cabo de José, de Maria e de todos os Santos, publicado em 2004)
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Vivo e belo
Que me vê assim tão vivo
Não sabe o que corre além das veias
Dos músculos, órgãos e massas
Quem me vê assim tão belo é plácido
Não sabe o que está por trás deste sorriso torto
Destes olhos míopes
E destas palavras soltas
Quem me olha não me vê
Quem me toca não me sente
Nesta face sorridente
O bem e o mal se dão bem
Para bens, para males
O pensamento é um bicho solto
De possibilidades enormes
A vida é um riso torto
Visto por olhos disformes
Em mim tudo vive, nada é morto
Tudo pulsa, nunca dorme
(Dispersos versos errantes)
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Eu incerto
Viajei sem sair do lugar
Nada do que vi me satisfez
Distribui amores sem nada levar
Saí buscando razões
Me perdi em evasivas
Aumentaram as interrogações
Acabaram minhas teses conclusivas
Sou corpo, alma e coração
Risos, lágrimas, abraços e adeus
Um a mais buscando explicação
Um ser, uma voz, uma vida, eu
Desventuras de um cliente sem força na conta-corrente
Você chega ao banco pouco antes das 11 horas, horário em que ele será aberto. Já encontra uma fila com trinta pessoas. Quando as portas são abertas, mais de vinte estão atrás de você. Você entra apressado porque sempre tem uns gaiatos que querem cortar a fila.
Memórias de um Carnaval adolescente
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Vida e bola
Passou a Coppa de 70 e já não queria mais ser Gerson. As crianças são por demais inconstantes. Cansei de brincar de Gerson. Gerson ficou na história. Agora, queria ser Rivelino. Ser Gerson foi muito cansativo. Tinha que fazer lançamentos e gritar com todos os companheiros. Não sabia fazer nem uma coisa nem outra.
Quis ser muita gente boa de bola. Estive no Canal 100 dando dribles como o Garrincha. Fui Falcão liderando a Roma no título de 80. Vesti vermelho e preto para ser Zico. Fui o artilheiro mineiro Reinaldo. Internacionalizei meus sonhos para ser Maradona e Platini. Só não tive a pretensão de ser Pelé. Nem em sonhos eu conseguiria.
Passei dos 40. Minhas flácidas e meu diminuto fôlego me impedem de tentar fazer algo parecido com o que meus ídolos faziam. Os sonhos já não são tão fantásticos porque já não estou mais neles. Sonho em preto e branco.
Sonho com um estádio que leva o nome de uma vila, um time vestido todo de branco e figuras negras fazendo mágicas. Sonho com um tiro de Paulo Borges de fora da área, a explosão de um Pacaembu comemorando o fim de uma era de suplícios, o fim de um tabu.Sonho em múltiplas cores. No meu sonho desfilam meio-campistas de times históricos: Andrade, Adílio e Zico; Piaza, Zé Carlos e Dirceu Lopes; Dudu e Ademir da Guia; e Clodoaldo e Gerson.
Vagueio entre datas nada cronológicas. Abro espaço para Romário, Ronaldo e Rivaldo. A bola rola. O tempo e o lugar não são tão importantes. Por isto, eu sou o espírito do futebol. Sou onipresente. Não tenho cores definidas, portanto, não tenho adversários.
Sou o amor e a alegria que impulsionam a bola através dos tempos. Sou o garoto de sempre, que faz da inconstância na admiração uma forma de homenagear os mestres da bola. Sou o garoto de todas as idades que eterniza o futebol.
(Do livro Da minha janela, publicado em 2003)
Nasci Antonio
Saudade infinita
Sempre um garoto
Meus 16 há muito ficaram para trás. Minha inocência o vento levou pouco a pouco. Sobraram os restos. Fotografias sustentam o passado. Músicas acionam recordações.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Gente da imprensa - Fábio Massalli
Fábio Robson Massalli
Data nascimento:
03/09/1974
Onde trabalha?
Jornal O Diário do Norte do Paraná e professor no Cesumar
E-mail:
massalli@odiariomaringa.com.br
Quando você começou a trabalhar na imprensa e como foi o início?
Eu comecei a trabalhar ainda na faculdade. Quando estava na metade do segundo ano, fui convidado para fazer parte da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Na época eles tinham uma grande estrutura e, além dos jornais, boletins e atividades inerentes à assessoria, possuíam um programa de TV semanal produzido inteiramente pela Assessoria. A equipe era formada por seis pessoas, um jornalista formado, uma relações públicas e os outros eram estudantes de jornalismo. Foi um começo estranho, pois muitas vezes eu tinha atividades na prática antes mesmo de estudar na teoria. Foi assim que aprendi a diagramar e tive a pouca noção que tenho de televisão (o que aliás odeio fazer). Mas foi uma aprendizagem muito rica, principalmente na época de data base, quando saímos de madrugada fechando jornal.
O que você já fez na vida além de trabalhar na imprensa?
Fui professor de inglês.
Em quais veículos de comunicação você já trabalhou?
Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos, Assessoria de Imprensa da Sagy International, tive uma agência de comunicação em Curitiba e trabalhei nos jornais Folha da Imprensa, Indústria & Comércio, Revista Conexão Maringá e em O Diário do Norte do Paraná.
Quais as suas reportagens mais marcantes?
Foram várias, a maioria perdida na memória. Mas tiveram três que foram em especial marcantes, todas feitas em O Diário. 1) A dor de mães que perderam os filhos, em que entrevistei diversas mães que passaram por esse trauma e essa perda e foi uma matéria muito emocionante. 2) O cotidiano dos moradores do albergue. Conversei com algumas pessoas que necessitam do albergue de Maringá para poder ter um teto onde dormir. Foi ainda mais marcante depois que uma entrevistada, para uma outra matéria, me disse que chorou ao ler aquela reportagem. 3) A primeira vez que cobri o Natal dos Correios. Foi marcante em especial porque numa das primeiras entregas fomos em uma casa de madeira simples. Os pais tinham AIDS e a criança mesmo com os presentes que ganhou permanecia triste, sem emoções. Para completar, quando toda a trupe que acompanha o Natal dos Correios entrou na casa, deixaram o portão aberto e um cachorro entrou, atacou e matou um coelho que estava no quintal. Eu vi aquilo e fiquei me perguntando se aquele coelho não seria do menino.
Quais as maiores alegrias atuando na imprensa?
Sentir o prazer de escrever uma grande reportagem, principalmente se algum leitor comentá-la.
Quais as decepções?
Apresentar e ter uma pauta e não poder executá-la por algum motivo, principalmente se for por falta de tempo.
Quais os planos?
Continuar escrevendo. Escolhi essa profissão porque gosto de escrever.
Já pensou em fazer outra coisa na vida?
Não.
Quem você admira na imprensa?
Diversos profissionais da imprensa maringaense, muitos colegas de trabalho, que prefiro não nomear para não causar desentendimentos.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Gente da imprensa - Luiz Fabretti
Luiz Fabretti
Nascimento:
18 de fevereiro de 1966
Onde trabalha:
TV Maringá, afiliada da Band
E-mail:
luizfabretti@hotmail.com
Quando você começou a trabalhar na imprensa e como foi o início?
Bem, eu já era fã de carteirinha dos programas de esporte no rádio. Morava em um sítio no município de Astorga e ouvia na rádio o Paulo Pucca e equipe. Uma turma boa: Oswaldo dos Santos, Waldir Pinheiro, Tatá Cabral, Ary Bueno de Godoy, Odair Miguel... Nossa, era uma grande equipe. Tinha na também a equipe do Durval Leal, Germano Filho e outros. Bem, essa introdução é pra dizer que eu e meu irmão Leonardo treinávamos ainda garotos pra ser repórter. Bem em 1980 viemos pra Maringá. Em 86, conheci na sala de aula Silvio Maia, que me apresentou a Nelson Rodrigues, na Difusora. Aí comecei como sonoplasta (não era meu forte) e acabei na equipe de esportes. Na época, Carlos Martins, Nelson Rodrigues, Salles Júnior, Paulo Pantera, Tião Sobrinho e eu, o aprendiz. O que você já fez na vida além de trabalhar na imprensa? Vi a geada de 75. Plantei café. Estudei na Guarda Mirim. Meu primeiro emprego foi como mecanógrafo. Depois, loja de roupas, como vendedor.
Em quais veículos de comunicação você já trabalhou?
Rádio Difusora, 86.
Jornal Correio da Cidade 87 – semanário.
Rádio Sorriso MT, 89.
Rádio Ingamar, 90.
Rádio Cultura, 94.
Rádio Atalaia 95 a 2000, quando deixei o rádio.
TV Maringá – Jornal da Manhã, 95 a 99.
TV Record, 99.
RTV – 99 a 2003.
TV Maringá, Band, Paraná Notícias, desde 2003.
Quais as suas reportagens mais marcantes?
Dezenas delas. No rádio, entrevistas exclusivas com jogadores fantásticos, técnicos e radialistas: Leonardo, Raí, Parreira, Zico, Alex, Fiori Gigliotti, Vanderlei Luxemburgo, Zetti, César Sampaio, Muller, Júnior, Roberto Carlos, Cafu. Foram muitos. Mas o que mais marcou foi estar ao vivo no Estádio do Morumbi, no dia da morte de Ayrton Senna... Eu entrevistava o médico responsável pelo Unicor-SP e perguntava pra ele sobre as possibilidades de Ayrton. Foi quando o placar anunciou a morte de Senna. Foi um silêncio profundo no estádio que estava lotado pra mais uma final. Morria o piloto, nascia o mito. Marcante também foi estar em Curitiba na queda do Grêmio Maringá para a segunda divisão.
Ter me formado em jornalismo foi o máximo. Foi uma honra ter conhecido gente ‘grande’ do rádio de S.Paulo. Ser chamado pelo nome por pessoas como Loureiro Júnior, Vanderlei Ribeiro, Osmar Garrafa, Romeo César. Ter trabalhado literalmente ao lado de Roberto Ruiz e Pinheiro Neto na vila mais famosa, a Vila Belmiro. Só momentos de alegria. Alegria de ter sido o repórter correspondente da B-2, a Rádio Clube Paranaense, por vários anos. Ter tido o reconhecimento de Lombardi Júnior e Edgar Felipe. Só feras. Alegria de ter tido a oportunidade de ter trabalhado na Turma do Microfonão, comandada por Ayrton Costa. Um free-som. Mais tarde, empunhar o microfone da maior audiência do rádio na época, com Denival Pinto.
Na TV, ter recebido parabéns de Ricardo Boechat, pela matéria da mulher mais velha do mundo que vive em Astorga. Ele ligou no meu celular...não acreditei. De ter feito matérias ‘nacional’ pra Band. São bons momentos, esses.
Nunca tive uma grande decepção não. Foram coisas de rotina, sem muitas queixas. Sempre fiz meu trabalho muito sério e profissional, Tenho posicionamentos muito particulares. Tenho opinião própria e isso às vezes incomoda algumas pessoas.
Consolidar o projeto Paraná Notícias na Band. Crescer e no futuro morar na beira do mar. Escrever um livro e formar minha filha.
Já pensou em fazer outra coisa na vida?
Penso sim em largar a profissão. Amo ser jornalista, mas acho que quero mais pra mim. Como sou desprovido de vaidade e desse lance de amor a profissão ou a profissão é uma cachaça. Isso tudo é papo furado. Faço o que gosto por dinheiro. O dia que não for bom pra mim eu largo tudo. Lido bem com esse lado do emocional. Não sentiria falta não. Não sou daquelas pessoas que para ser jornalista tem de estar mal vestido ou parado em um boteco bebendo e fumando. E pior, falando dos “colegas”. Penso muito em meu bem-estar sócio-econômico. Penso em ser um empresário de algo grande e fazer mais uma faculdade. De direito, talvez.
Caramba... Um monte de gente boa ai. No rádio, Éder Luiz, Dirceu Maravilha, Paulo R. Martins, Ulisses Costa, , Ruy Carlos Osterman, Edegar Felipe, Mauro Beting, Júlio Meneguetti, entre outros.