quarta-feira, 8 de julho de 2009

O papel na história

No final do ano passado, o amigo Rogério Recco me convidou para que escrevêssemos o livro sobre este O Diário, jornal que comemorou 35 anos no último dia 29. Depois de meses de pesquisas e entrevistas, o trabalho ficou pronto. Depois de folhearmos milhares de páginas, anotar, fotografar e conversar com muita gente, o livro foi publicado.

Ninguém sai incólume depois de mergulhar intensamente no passado, como fizemos. Por mais que se queira manter o providencial distanciamento para não se deixar influenciar por determinados episódios, não é possível ficar alheio. Também não é possível simplesmente esquecer e entrar em outro trabalho como se nada tivesse acontecido. Você sai fortalecido. E incomodado, querendo contar indefinidamente esta e outras histórias.

Para quem acompanha a vida desta cidade, desde que os jipes rodavam sobre a terra e depois sobre os paralelepípedos do centro, como é o nosso caso, escrever a história destas três décadas e meia de O Diário foi como fazer um retorno. O jornal viveu e vive esta pauta chamada Maringá.

O que fizemos foi entrar num imenso pomar e arrancar as frutas mais belas e saborosas. Se outros entrarem, certamente vão fazer escolhas diferentes porque gostos, emoções, experiências mudam de pessoa para pessoa. Procuramos agir com isenção na definição da retrospectiva, como de fato deve ser, mas o coração também teve sua parcela de participação. E é muito bom que seja assim.

O livro é o produto final e é gratificante ter ajudado a concebê-lo. Contudo, tão importante quanto à publicação foi a trilha percorrida para se chegar até ele. Enquanto montávamos essa linha do tempo escrita e fotografada pelo O Diário, pudemos perceber de forma cristalina as transformações da cidade, as mudanças no comportamento, os detalhes de cada época, as vitórias e os ocasos, a dinâmica do poder em todas as áreas. O Diário buscou ser espelho deste tempo, intérprete desta história e agente propagador da cidade.

Mais do que milhares de edições arquivadas, a história viva do jornal está nos depoimentos de Frank Silva, este intrépido rapaz que foi quebrando as pedras que encontrava no caminho até conseguir edificar um sonho, está na sua família, nos demais diretores, nos atuais e ex-funcionários.

Por meio do Frank, dos que estão na ativa e dos que passaram pelo O Diário, o Rogério e eu demos um divertido e inquietante passeio pelo passado. Cada personagem, à sua maneira, contribuiu para contar essa história. Uma história que vem sendo escrita em cada edição.

(Antonio Roberto de Paula - Texto publicado no jornal O Diário do Norte do Paraná, dia 5 de julho de 2009)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ô De Paula: E eu, logo eu fiquei de fora. Logo eu que falo sempre de O Diário como minha escola primeira, Serrinha, Rubão, meus mestres, Frank, irmãos Jaques, Carnielzinho, Chiquinho (aquele que derrubou um ministro), Pedro (o Méquinho), João Boi e Ana nada disso que você tá pensando, Gumercindo, Caetano, Mata Junta, meus colegas. Preparei o material, separei uma foto que tirei no dia da inauguração em 74 e cadê que mandei. Sniff...Sniff...Fica prá próxima. Sucesso a cada dia procê, pro Rogério, prá dona Simone Labegalini, da família do meu amigão Mauro, companheiro de trincheira na briga pela redemocratização. Parreiras Rodrigues, ex-editor estadual.