terça-feira, 3 de março de 2009

Livro: “O Jornal do Bispo” – Capítulo 44 - MINI-CHICO E DANGER

O advogado Walter Poppi é um emérito contador de histórias. Se o assunto é Folha do Norte, então, ele tem um baú abarrotado. Sobre Mini-Chico e Danger, Poppi conta episódios sobre o início de carreira dos dois.

Francisco de Oliveira, prêmio Esso de Jornalismo, que já na década de 1980 escrevia sobre corrupção no governo Federal, sempre foi um apaixonado por agricultura. No início da década de 1970 era foca na redação da Folha do Norte.

Conhecido por Mini-Chico, culpa da estatura, ele cismou de fazer uma reportagem sobre um tema específico da agricultura. Elpídio Serra, que antes de ir trabalhar na Cocamar dizia que ninguém se interessava em ler matéria sobre agricultura, desancou o jovem e promissor repórter: “Ninguém lê esta porcaria”, afirmou raivoso.

Solidário com Mini-Chico, Poppi o autorizou a fazer a matéria. Matéria pronta, lá foi o repórter entregá-la ao editor-chefe. Já mostrando seu pendor detalhista, o foca disparou no título: “A crise da beterraba”.

Elpídio subiu pelas paredes, esbravejou e se recusou a publicar. Mas Poppi novamente interveio, ponderou, falou tanto da importância da raiz, seus nutrientes e os benefícios para a saúde que a matéria acabou saindo. Mini-Chico se tornou um especialista em agricultura, tendo seu nome reconhecido nacionalmente.

Na redação da Folha do Norte em que Mini-Chico trabalhou, um outro personagem marcou seu nome, ou melhor, seu apelido na história da imprensa maringaense.

Em 1972, o fotógrafo Aparecido Antonio, novato na profissão, foi escalado para fazer uma foto da fachada de uma das grandes empresas atacadistas de Maringá na época. A Dias Martins, localizada na avenida Paraná, que estava anunciando no caderno comemorativo do Jubileu de Prata de Maringá.

Preparado para fazer a foto surge um motorista nervoso querendo estacionar no local em que ele estava. Do bate-boca para as vias de fato foi um instante. Na volta para a redação, todos olharam com respeito para o até então pacato Aparecido Antonio.

O diretor Fregadolli olhou para o moço, dizendo para o pessoal da redação que ele era um perigo. Então, o diretor de publicidade Ivanbergue K. Pereira tascou-lhe o apelido: “Se ele é um perigo, então ele é Danger.” Pronto, estava feita a troca.

A partir daquele dia, nunca mais ele foi chamado pelo nome de batismo. Só pela tradução em inglês de “perigo”.

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