Há uma explicação coerente para o fato de a Folha abrir maior espaço para o setor policial no tempo em que era comandado pela Diocese para, gradativamente, ir diminuindo o destaque: em virtude do aumento da criminalidade na cidade. De tão comuns, as ocorrências com os ladrões de galinha, arraias miúdas do banditismo, perderam o espaço na capa e foram jogadas nas páginas internas. Hoje, não merecem nem rodapé nos jornais.
No início da década de 1960, Maringá tinha poucas ocorrências policiais. Por isso, quando acontecia um crime ou até mesmo um roubo, era justificável a máxima cobertura e o espaço correspondente nas páginas. Com o passar dos anos, o aumento da população e o inevitável crescimento da violência, as notícias policiais já não geravam tanto interesse, excetuando, logicamente, casos de grande comoção, que até hoje estão na memória do maringaense.
Naquele início da Folha havia uma salutar rivalidade com O Jornal nesta área. Um dos episódios de maior repercussão na crônica policial maringaense foi acompanhado por Messias Mendes: a morte do menino Clodimar Pedrosa Lô, de 16 anos, assassinado por dois policiais civis em 1967.
O acontecimento teve desdobramentos. O pai de Clodimar, Sebastião Pedrosa Lô, veio do Ceará e matou Atílio Fabri, o dono do hotel onde o garoto trabalhava. Fabri morreu na calçada, em frente ao seu estabelecimento, na avenida Brasil, quase na esquina com a avenida São Paulo.
Messias chegou ao local quando o corpo ainda estava estendido e colaborou na cobertura da reportagem e depois no julgamento de Sebastião Pedrosa Lô, que foi absolvido. O Caso Lô, como ficou conhecido, rendeu grandes reportagens na Folha e no O Jornal, que se rivalizavam no objetivo de informar sobre todos os detalhes.
Nos anos 1970, a Folha já não se preocupava em levar furos no setor policial. Quem comandava esta área na cidade, espirrando diariamente sangue na página, era O Jornal.
Pelo fato da Folha não dar grande importância ao noticiário policial, a chefia de redação colocava iniciantes no setor, os chamados “focas”. Quase todos os repórteres que trabalharam na Folha do Norte têm no seu histórico, matérias de polícia.
Justamente no dia 1º de Janeiro de 1963, uma manchete de arrepiar. Depois, a Folha parou de “espirrar” sangue
(Reprodução)
Nos anos 1970, a Folha já não se preocupava em levar furos no setor policial. Quem comandava esta área na cidade, espirrando diariamente sangue na página, era O Jornal.
Pelo fato da Folha não dar grande importância ao noticiário policial, a chefia de redação colocava iniciantes no setor, os chamados “focas”. Quase todos os repórteres que trabalharam na Folha do Norte têm no seu histórico, matérias de polícia.
Justamente no dia 1º de Janeiro de 1963, uma manchete de arrepiar. Depois, a Folha parou de “espirrar” sangue
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