A Igreja estava em guerra declarada contra o comunismo e não via com bons olhos a presença de João Goulart na presidência, mas na Folha do Norte não havia críticas ao chefe da nação. Atacava-se o comunismo genericamente.
Buscava-se citações de governadores alinhados aos militares e também do presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, para transmitir a mensagem anti-marxista. Nos artigos de dom Jaime, também se verifica esta preocupação: críticas gerais e não específicas.
Nas primeiras edições, o assunto predominante foi o plebiscito, realizado no País em 1962, para decidir entre o presidencialismo e o parlamentarismo. Os militares queriam diminuir o poder de João Goulart temendo o avanço comunista.
Jânio Quadros, que havia renunciado no ano anterior, mostrara-se bastante simpático ao marxismo chegando a condecorar o líder revolucionário Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, para a revolta geral dos quartéis.
O vice Goulart assumiu sem as bênçãos dos militares, que encontraram no parlamentarismo a forma de dividir as decisões. O presidencialismo venceu, mas os verde-olivas continuaram fustigando o governo Goulart até que em 31 de março aconteceu a chamada “Revolução”.
Em amplas reportagens enviadas pela Transpres, a Folha deu destaque ao plebiscito ao mesmo tempo em que combatia o comunismo.
Quando Ney Braga assumiu o Governo do Paraná, em 1962, a Folha tornou-se quase um órgão oficial do Palácio Iguaçu. Além do próprio espírito direitista do jornal, é preciso relembrar da grande amizade entre dom Jaime e Ney Braga.
Moysés Lupion, o governador anterior, era, para dom Jaime, a personificação do mal. Com Ney, tudo mudou. Ficou, então, na alça de mira, somente o prefeito João Paulino. A Prefeitura e o prefeito eram o alvo para que a redação desse vazão às críticas. Mas, com aquela contundência ocasional.
Com Paulo Pimentel no governo do Estado, a Folha manteve o perfil institucional, apesar de atritos de dom Jaime com o governador.
1964: Luiz Moreira de Carvalho, eleito prefeito de Maringá para a gestão 1965-1968, comemora a vitória com carreata
(Reprodução foto - site www.maringa.com)
Com o governador Paulo Pimentel, algumas rusgas, mas sem grandes conseqüências
(Reprodução)
Edição de 14 de março de 1979: mais um militar no poder
(Reprodução)
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