sexta-feira, 6 de março de 2009

Livro: “O Jornal do Bispo” – Capítulo 52 - A FOLHA VAI PERDENDO O FÔLEGO, SAI ELPÍDIO SERRA, MAS FREGADOLLI AINDA ACREDITA

Nas edições seguintes, em julho de 1974, a Folha continuou a competir com O Diário. Mesmo com a crise financeira, havia uma motivação especial para “furar” o novo jornal da cidade. E em várias oportunidades isto aconteceu. Uma delas foi por pura sorte.

Elpídio havia assistido a uma reunião do prefeito Silvio Barros com o seu secretariado. Reunião de rotina que não chamou a atenção de ninguém da imprensa. Só Elpídio estava no Paço Municipal naquele dia.

O encontro seguia dentro da normalidade até que, surpreendentemente, Barros espinafrou seus secretários. O prefeito passou-lhes uma homérica descompostura. No dia seguinte, estava lá na Folha do Norte, em letras garrafais: “Silvio Barros: acima de mim, ninguém; abaixo, todos.”

Chega o mês de agosto e a Folha foi perdendo o fôlego. Em 1975, as dificuldades aumentaram, não apenas para a Folha, mas para O Jornal e o próprio O Diário. Joaquim Dutra e o grupo da Rádio Cultura adquiriram a TV Cultura.

Foi um período complicado para os jornais de Maringá. O Diário ficou em segundo plano para Dutra até que houve as transações que colocaram Frank Silva como um dos sócios.

Na Folha, o faturamento na venda de anúncios caiu drasticamente. Como conseqüência, a folha de pagamento começou a atrasar. Nesta época, houve uma grande rotatividade de profissionais.

Elpídio deixou o jornal naquele ano. Foi abrir o Jornal da Cocamar. Para ele, a Folha do Norte estava no fim e não adiantava lutar contra a maré. Jorge Fregadolli ainda acreditava. Ainda hoje, ele é o único a dizer que o jornal não estava em crise, que o crescimento do O Diário se deve ao fechamento da Folha.

Para Fregadolli, com a estrutura que a Folha possuía, seria possível ainda continuar liderando por muitos anos. Ele faz pé firme contra os que afirmam que o jornal do bispo começou a agonizar depois do surgimento do O Diário. Fregadolli contesta todos os fatos descritos pelos que estiveram diretamente ligados ao jornal depois da saída de Dutra.

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