Segundo dados do IBGE, Maringá tinha em 1960 uma população de 104.131 habitantes. Este número possibilitou que a Câmara Municipal aumentasse de nove para 15 vereadores na segunda legislatura (14 de dezembro de 1956 a 14 de dezembro de 1960).
Vigorava ainda na política o pluripartidarismo, entrando o bipartidarismo (MDB e Arena) a partir do regime militar. O Ato Institucional nº 2, de outubro de 1965, promoveu a extinção dos antigos partidos. Com o fim da ditadura houve o retorno dos pluripartidarismo.
Tendo como base os dados populacionais do Município, em 1968, o Legislativo maringaense passou a contar com 17 vereadores. Na sexta legislatura (1973-77), o TRE autoriza que a Câmara tenha 21 vereadores, número que se mantém até hoje.
Em 1960, na terceira legislatura, seis partidos tinham representantes na Câmara de Maringá. Foram eleitos Alceu Hauare (PDC) Arion Ribeiro de Campos (PSC), Bonifácio Martins (PST), Carlos Alberto Borges (FPD), Carlos Eduardo Bueno Neto (UDN), Ermelindo Bolfer (PDC), Joaquim Ferreira Dias (PTB), Jorge Sato (UDN), José Bendo (PSC), Luiz Moreira de Carvalho (FPC), Mário Clapier Urbinatti (PSC), Olídio Augusto Barboza (PSC), Ricardo Plepis (PDC), Kazumi Taguchi (PSC) e Ulisses Bruder (UDN).
Dos 17, nove tinham fortes vínculos com a Igreja Católica a começar pelo próprio nome do partido. A terceira letra, a “C”, refere-se a Cristã ou Cristão. Luiz Moreira de Carvalho, da Frente Popular Cristã, foi candidato a prefeito em 1964 e venceu com o apoio da Diocese de Maringá.
Para atestar esta ligação tão estreita entre a Câmara e a Igreja Católica basta lembrar que na segunda legislatura foi aprovado o projeto de lei de autoria do prefeito Américo Dias Ferraz, que autorizava o poder Executivo a destinar verba anual para a Diocese de Maringá como contribuição para a construção da Catedral. Com João Paulino, a verba foi cortada.
Dos vereadores, o único que se opunha efetivamente àquela situação de subserviência do Legislativo ao Executivo era o vereador comunista Bonifácio Martins, que se abrigava no Partido Social Trabalhista porque o PCB era um partido proscrito.
Nas primeiras edições da Folha não existem questionamentos sobre o trabalho dos vereadores. Por fatores diversos: evidentemente porque a grande maioria dos edis era católica, a maior parte dos projetos de lei era de autoria do poder Executivo e as discussões com o prefeito eram raras. Quando ocorriam situações deste tipo, a Folha se aproveitava para estender a polêmica. Como foi o entrevero entre João Paulino e o vereador e funcionário público Joaquim Ferreira Dias.
Primeira reunião da Câmara Municipal em 1964, dia 1º de fevereiro
(Arquivo pessoal de José Aparecido Borges)
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