(Reprodução)
Para uma cidade com uma população de cerca de 105 mil habitantes, como era Maringá, em 1962, o forte do comércio eram as cerealistas de café. Época do ouro verde e das casas de materiais de construção.
Na Maringá de hoje, um vendedor de publicidade tem uma lista de pelo menos 20 mil empresas, dos mais variados segmentos, para visitar. No início da década de 1960, as empresas não somavam 200 e 90% dos proprietários não anunciavam de forma alguma, mesmo os preços sendo módicos.
Não havia a conscientização de hoje sobre a importância de se divulgar produtos e serviços e o dinheiro não entrava com facilidade para a maioria. Havia outras prioridades e a propaganda não estava relacionada entre elas.
Mesmo com todas as dificuldades, a Folha começou a vender logo no início. É preciso ter sempre em mente que o jornal era do bispo, o que representava abertura de portas para quem fosse vender anúncios nas empresas. Já na primeira edição, a Morifarma, que tinha farmácias nas avenidas Brasil e Herval, colocou o seu anúncio. A Cafeeira Mercantil IRSA cumprimentou o jornal pelo lançamento, assim como os Hotéis Ferraretto, do qual o Grande Hotel Maringá fazia parte, a SAEL (Sociedade Elétrica Maringá), a DISMA (Distribuidora Maringaense de Automóveis) e o Frigorífico Luso Brasileiro Central.
A Casa Júpiter, que ocupava um dos maiores prédios da cidade, na avenida Brasil, ao lado da praça Raposo Tavares, tendo fechado as portas no início dos anos de 1970, também fez seu comercial: “Casa Júpiter – ferragens, louças, materiais de construção – avenida Brasil – Centro”.
O Expresso Maringá, que já vislumbrava o alcance que o jornal teria, foi anunciante logo nas primeiras edições. A Viação Garcia, seu maior concorrente, também. Na primeira edição de domingo, a Ford fez propaganda das Batedeiras Vencedora, as máquinas agrícolas de última geração, e a loteadora Codal, de propriedade de Alexandre Rasgulaeff, anunciava lotes de um bairro que estava sendo formado, distante do centro: o Jardim Alvorada.
O publicitário Jorge Fregadolli, que trabalhou 12 anos na Folha, sendo responsável pelo departamento comercial na maior parte deste período, conta que as dificuldades eram realmente enormes para fechar contratos, mas que as empresas consideradas fortes sempre faziam propaganda.
“Nós tínhamos a Somaco, Rodolpho Bernardi, Gonçalves Sé, Dias Martins, Cafeeira do Américo Dias Ferraz, que anunciava pouco, mas anunciava, o Bar Columbia, que era do prefeito Américo Dias Ferraz, o maior bar que o norte do Paraná já teve. Várias máquinas de café anunciavam. Tinha também aquela do Pompeu Jubileu, que era na Vila Operária, casa de comércio tinha a Casa Peralta, a do Arlindo Planas, que era no Maringá Velho. Hotéis, tinha o Hotel Esplanada, mas muito pouco. Era difícil vender propaganda. Você tinha que incutir no dono da empresa que ele tinha de anunciar, abrir as portas para vender mais.”
As propagandas políticas eram outra alternativa. A Folha foi inaugurada a menos de dois meses para as eleições para governo do estado e deputados. Vários candidatos fizeram anúncios, mas somente aqueles com vínculo com a Igreja Católica.
Naquele tempo não havia limite de espaço para que os políticos fizessem suas propagandas nos jornais, por isso era comum ser vendida uma página inteira para apenas um candidato, como foi o caso de Orlando Peraro, que concorria a uma cadeira na Assembléia Legislativa. Na primeira semana de Folha do Norte, Peraro comprou uma página em que aparecia sua foto de alto a baixo e os dizeres exaltando o cristianismo. O também candidato a deputado estadual Elias Karam tinha um pequeno espaço, mas com uma contundente mensagem abaixo da foto: “Nem comunista, nem capitalista: católico praticante.”
ALGUMAS DAS PRIMEIRAS PROPAGANDAS NA FOLHA DO NORTE
ALGUMAS DAS PRIMEIRAS PROPAGANDAS NA FOLHA DO NORTE
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Um comentário:
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