Totalmente imperfeito
Canto baixo
No meu canto mínimo
Às vezes, acho
Noutras, tenho certeza
Faço pouco caso
Enquanto tomo cerveja
Meu choro é discreto
Felizmente, sou imperfeito
Ainda assim, sou completo
Um amor
Um amor que me leva
Me deixa em paz
Completa
Sacia
Desperta
Mais
A cada dia
Ainda assim
Ainda que fira
Mesmo que marque
Ainda assim fico
Mesmo assim quero
Ferido e aferido
Marca do amor
Agradecido
Pelo prazer
Pela dor
Erradamente
Com meu jeito todo errado
Acerto a pontaria
Você cai louca por mim
Alterando minha rota
Na itinerante paixão
Estaciono no cheiro dos teus cabelos
Resfrio a consciência
No teu belo e quente corpo
Levo vales de carinho
Sonho marcar ponto eternamente
Guardo tuas palavras entre parênteses
E coleciono verbos interrogativos
Meus erros crassos e clássicos
Direciona verbos e gestos aleijados
Que te corrompem e te alegram
E me faz mais uma vez ficar
Dados
Nossas línguas
Deitaram uma na outra
Pêlos e poros vibraram
Renderam-se
Nossos suores vadios
Invadiram o resto
De nossas roupas
Frio na espinha
Espinhosa e doce luta
Chamando o êxtase
Toques de mãos e pés
Desobstruções
Dependência de peles
Despejando desejos
Vozes e urros
Gemidos e sussurros
Dados, por fim
Fechados
Em nossos corpos
(Poesias do livro Dispersos versos errantes, com publicação prevista para 2008)
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