Enquanto te olho
Conto tuas rugas
Cada uma delas
Conta uma história
Registra um tempo
O teu olhar
Espelho do coração
É bom e triste
Sempre cansado
Belamente sofrido
Tuas mãos tremem
Reflexo da alma
Sempre assaltada
Sistematicamente
Posta à prova
Me pergunto
Quantas destas rugas
Ajudei a colocar
Quantos tremores
A mim coube infringir
Derramo uma lágrima
De perdão ou piedade
De desculpa ou covarde
Enfim uma confissão
Do eterno réu
Você ergue os olhos
Sorri enternecida
Como a me dizer
Não tem importância
Mãe é para essas coisas (1986)
(Livro “Dispersos Versos Errantes”, com publicação prevista para 2008)
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