quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Gente da imprensa - Messias Mendes



Nome completo:
Manuel Messias Mendes Almeida

Data nascimento:
24.09.50

Onde trabalha?
Aposentado como jornalista mas atualmente trabalhando em duas assessorias de imprensa: Sindicato dos Comerciários e Região Metropolitana, além de manter diariamente atualizado o meu blog.


Blog:
www.messias-mendes.blogspot.com/

Quando você começou a trabalhar na imprensa e como foi o início?
Comecei em 1965 como offciboy da redação da Folha do Norte do Paraná. O Ivens Lagoano Pacheco era o editor-chefe e o A.A. de Asssis, secretário de redação.Naquela época, trabalhavam na redação da folha fócas que se tornaram jornalistas consagrados. Exemplos: Antônio Calegari (hoje dirigindo a redação do Jornal do Comércio do Rio, o segundo matutino mais antigo do país), Elpídio Serra , que virou professor e pesquisador do Departamento de Geografia da UEM, mas ainda exerce a profissão de jornalista (edita o jornal mensal da Arquidiocese de Maringá);Frank Silva (colunista social e hoje proprietário do O Diário) e Wilson Serra (atual editor-chefe da RPC).

O que você já fez na vida além de trabalhar na imprensa?
Fui engraxate, vendedor de vassoura, carpidor de datas, ofccie boy e entregador de mercadoria de um escritório de representações comerciais.

Em quais veículos de comunicação você já trabalhou?
Transpress (que funcionou no prédio da Rádio Difusora e nos fundos da Rádio Cultura); Folha do Norte, O Jornal de Maringá,Rádio Atalaia (como operador de áudio) Folha de Londrina,Rádio Alvorada de Londrina (correspondente em Maringá do Jornal da Manhã), Rádio Cultura e Difusora (dirigindo programas de rádio-jornalismo), TV Cultura, Revista Pois é (fundador junto com o Moscardi e editor-chefe), TV Tibagi e Rádio CBN, como comentarista de cotidiano. Fiz freela para o jornal O GLobo (participação do Grêmio no Campeonato Nacional - o prefeito era João Paulino).

Quais as suas reportagens mais marcantes?
Fiz várias, mas marcaram-me profundamente uma matéria que fiz na Folha de Londrina. Foi em 1974 quando veio para uma reunião dos revendedores Volkswagem no Bandeirantes Hotel, o presidente da montadora. Wolfgangsawer. Ao desembarcar no Aeroporto Gastão Vidigal, o presidente, aquele alemãozão de quase dois metros, estava sendo levado para embarcar em um Maverick, concorrente direto da Brasília que havia sido lançado naquele ano. Meio de estalo, pensei na manchete:"Presidente da Volks ia embarcando num carro da Ford". Dito e feito, foi chamada de capa e a manchete da coluna social do Osvaldo Militão. Deu um rebu danado,os revendedores Volks cancelaram a publicidade com a Folha. Teve até investigação interna para ver se havia mesmo um Maverick aonde eu falei. Como provaram que tinha, com fotos, a Folha passou a bater pesado nos veículos da marca Volks, que pegavam fogo atoa. Kombi,Fusca, volta e meia tinha um se incendiando na rua. A FOLHA fotografava tudo e dava destaque. Foi indo até que os revendedores pediram água. Outra matéria legal foi uma que fiz sobre o jogo de carteado em Maringá. Foi uma poágina da Folha. O título era assim:"Na saída deu bom dia ao rádio...". Recebi muitos cumprimentos pela reportagem. Lembro-me também de uma longa entrevista que fiz com o ex-governador Haroldo Leon Peres, a primeira que ele deu depois que voltou ao Paraná. Ele fôra nomeado governador pelo presidente Médici e caiu sete meses depois, quando gravaram uma conversa dele com o empresário Cecílio Rego Almeida, a quem ele teria exigido dinheiro para pagar um precatório que o Estado tinha com a empresa, pela construção da linha férrea ligando o Norte do Paraná ao Sul. A entrevista rendeu chamada de capa. Foi tensa, porque fiz umas perguntas duras,que o ex-governador se irritou. Mas foi uma baita de uma entrevista, que anos depois repeti . Pois é, claro com a devida atualização, ouvindo Haroldo de novo.
Quais as maiores alegrias atuando na imprensa?
As alegrias vêm quando uma reportagem que você faz dá resultado, o problema levantado é solucionado. Tive vários casos, um deles, foi , ainda na Folha, salvar uma menina com uma matéria sobre omissão de socorro em um hospital de Maringá. As autoridades de saúde se viraram e deram a ela o tratamento que deveria ter dado sem antes da denúncia.Outra alegria foi atuar em conjunto com o grande Rubens Ávila, na reportagem do grande assalto ao Banco do Brasil de Maringá. O assaltante era um funcionário aposentado do banco. Foi um caso monumental, manchete nos principais jornais do país.Das entrevistas que fiz, orgulha-me uma com o sociólogo Flotrestan Fernandes e com o grande cantor Silvio Caldas, para a Revista Pois é. Também me dá satisfação lembrar da matéria de capa da revista que fizemos com o Faustão, quando ele estava saindo da Band e estava indo pra Globo; com o Lima Duarte , quando ele era Sassá Mutema e com Fiori Gigliotti, também para a POIS É.

Quais as decepções?
A desmontagem repentina da equipe de O Diário que o Laércio Souto Maior montou em 1977 quando o jornal era do Ramires (50%), do Frank (25%) e do Edson Castilho (25%). Eu era secretário de redação. Trabalhava só a noite, porque de manhã estava na Folha de Londrina e à tarde na TV Cultura. Aquele período do O Diário foi porreta. A nossa equipe caiu quando o correspondente em Curitiba, Mata Junta, fez uma entrevista explosiva com o deputado estadual Acioly Neto. Ele dizia que o governo Canet estava podre. A frase usei como manchete de uma edição de domingo. Aí nem é preciso dizer o que aconteceu. O Frank pode contar bem esta história.

Quais os planos?
Continuar trabalhando ainda por muito tempo e envelhecendo com dignidade. Acabar de criar meus filhos (tenho um de 14 anos) e ver surgirem meus netos . Já tenho um filho casado e uma filha que está pensando no assunto. Chego lá. Acho que o sonho nunca acaba, mas meus sonhos são reais e, como dá pra perceber, modestos.

Já pensou em fazer outra coisa na vida?
Depois que pendurar de vez as chuteiras pretendo tocar violão para o consumo interno (ainda vou aprender) e ficar jogando um xadrez, que ninguém é de ferro. Claro, também tomando umas espumosas, com o devido cuidado com aquela que desce e deixa redondo....

Quem você admira na imprensa?
Nacional: Cláudio Abramo (+), Hélio Fernandes, Raimundo PereiraDomingos Meireles (não pelo Linha Direta, que detesto) , mas pelo livro-reportagem A Noite das Grandes Fogueiras, em que ele refaz todo o itinerário da coluna Prestes.


Mensagem:
Triste Brasil onde honestidade é virtude,quando deveria ser obrigação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Messias ,
Sou professora de história e queria saber se você é o mesmo professor de cursinhos, e que compõe músicas sobre temas históricos.
Se for possível peço que me responda no endereço de meu e-mail pessoal - easandes@hotmail.com.
Sem mais quero agradecer por sua atenção e espero que seja quem estou procurando,
Edana Sandes