sábado, 24 de novembro de 2007

Gente da imprensa - Roberto Silva




Nome completo:
Roberto Silva

Data nascimento:
08/abril/1960

Onde trabalha?
O Diário do Norte do Paraná

E-mail:
Quando você começou a trabalhar na imprensa e como foi o início?
Ingressei no O Diário em agosto de 1983. Desde criança tive atração por jornalismo (sonho de minha mãe) e aos 22 anos, quando morava em Londrina, li uma matéria na coluna do Osvaldo Militão, na Folha de Londrina, dizendo que no Japão não se vendia jornais em banca (mais de 90% da população era assinante e recebia jornais em casa ou na empresa). Aquilo me deu um estalo e como estava para mudar para Maringá pensei: pôxa, lá em Maringá deve ter jornal e vou propor essa idéia de vender assinatura pra eles (olha a inocência, eu não sabia que esse negócio de assinar jornal já existia no Brasil há décadas). Pois bem, enquanto o motorista do caminhão descarregava a mudança na Vila Operária, atrás do Cine Horizonte, saí pelo bairro perguntando qual era o jornal mais lido da cidade e me disseram que era O Diário, cuja sede ficava onde atualmente é a EstaçãoRodoviária. Logo no primeiro dia de trabalho (período da tarde), com a ajuda do Diógenes Gomes (não sei se ele lembra dessa história), consegui vender 17 assinaturas em uma única empresa, a Pismel. A venda surpreendeu o Sérgio Carniel, que cuidava do setor de assinaturas e, em poucos meses, consegui emplacar O Diário em toda cidade. Um ano depois, montei um esquema de transporte com as empresas de ônibus intermunicipais e comecei a levar O Diário para a região. O problema é que as pessoas reclamavam que o jornal não noticiava a cidade delas. Comecei, então, a coletar notícias nas prefeituras, delegacias e junto a empresários ligados às entidades de classe e encaminhá-las à redação dojornal, que incumbia um repórter de produzir os textos. Novo problema: nervosos por terem de produzir matérias para um vendedor (picareta, na linguagem oficial), os repórteres escreviam de qualquer jeito e tudo errado, o que acabava comprometendo meu trabalho. Sem alternativa, e aproveitando a verve que corria pelas veias, passei eu mesmo a produzir o material. Deu certo: em um período de um ano e meio consegui introduzir O Diário em 44 cidades, quebrando tradições antigas como Folha de Londrina, Estado do Paraná e Gazeta do Povo. Com a orientação do Jaca (chefe dos fotógrafos na época), passei a andar com uma máquina fotográfica amadora a tiracolo e a produzir todo meu material. Detalhe: minhas viagens eram por minha conta, de ônibus ou de carona. Por falta de hotéis, em algumas cidades, cheguei a pousar muitas noites na beira de estradas. Como era uma função rejeitada por todo jornalista, aquilo acabou me favorecendo.
O que você já fez na vida além de trabalhar na imprensa?
Minha família sempre teve um bom padrão de vida, mas comecei a trabalhar aos 11 anos de idade carpindo quintais de residências. Conseguia muitos clientes, pois cobrava o preço de dois picolés para carpir um terreno de 300 metros quadrados. Fui entregador de supermercado, contínuo, auxiliar de escritório, despachante de transportadora, servente de pedreiro, auxiliar de pintor, montador de estruturas metálicas, balconista e garçom.
Em quais veículos de comunicação você já trabalhou?
O Diário e com colaborações esporádicas na Rádio Cultura AM.

Quais as suas reportagens mais marcantes?
Cobertura do seqüestro de Samuel Tolardo; cobertura exclusiva da morte de quatro assaltantes de bancos em um hotel da Joubert de Carvalho; localização, 25 anosdepois, de um rapaz que havia sido abandonado, ainda bebê, pela mãe; elucidação,antes da policia, da morte misteriosa de um delegado de Santa Fé; reportagem resultou na anulação de um júri e condenação de um casal acusado de matar um homem nos fundos da Cocamar; matéria que livrou dois magarefes de um flagrante de tentativa de roubo armado por um sargento do 4º BPM; matéria que resultou na condenação de um homem que estuprou e engravidou a própria filha de 11 anos deidade, em Marialva; identificação antecipada do assassino da menina Márcia Constantino...entre tantas outras
Quais as maiores alegrias atuando na imprensa?
Levar informação correta e completa ao leitor e fazer a Justiça prevalecer.

Quais as decepções?
Várias... mas todas, como sempre, acabaram servindo de lição de vida.

Quais os planos?
Emplacar o Almanaque Maringá.
Já pensou em fazer outra coisa na vida?
Meu projeto é montar um restaurante noturno em Maringá. Há mercado para um ramo específico de negócio cujo segredo guardo a sete chaves.
Quem você admira na imprensa?
Desde a infância, Octávio Ribeiro, o Pena Branca. Na minha opinião, o mais importante repórter investigativo da história do Brasil. Pena Branca não tinha diploma de jornalismo e quase nada de estudo, mas tinha vocação. Quando morreu, na década de 80, apenas um jornal noticiou a sua morte, numa nota de 20 linhas..
Mensagem:
Nunca se justifique. Os amigos não precisam, os inimigos não aceitarão.

4 comentários:

Diniz Neto disse...

Roberto, boa sorte!

PASSARELA disse...

Roberto Silva, nos meus tempos de repórter fotográfico em Maringá, especificamente no O Diário, era o cara mais ativo, na imprensa da cidade, além de vender assinaturas, ele vendia publicidades, anúncios e ainda dava um de pautista, redigia matérias, colhia as reportagens, enfim, se hoje não tiver cheio da grana, deve ser o cara mais orgulhoso da vida, só lembrar do que fez, parabéns,Roberto Silva!
Takeo Itakura

Lucineia disse...

Olá Roberto! Não me recordo se conheço você pessoalmente ou não. Trabalhei na imprensa aí na região também por alguns anos e por conta disso,conheci muita gente de jornais, rádios e de algumas Tvs. Bem, eu estava procurando na internet fatos marcantes daí da região, um deles, o sequestrou de Samuel Tolardo. Foi quando encontrei seu blog e as informações sobre seus trabalhos, inclusive a cobertura que você fez sobre aquele episódio. Bem, o que eu estava procurando, acabei por não encontrar. Trata-se de um pedaço de satélite que caiu no município de Nova Tebas. Não sei exatamente a data, mas creio que tenha sido entre os anos de 91 e 92. Será que você lembra desse episódio? Será que você não chegou a escrever algo sobre o fato? A peça que caiu, parecido com a metade de uma grande bola, feita de um material muito pesado, foi doado à UEM. Estas são as únicas informações que tenho. Mas gostaria de obter alguma publicação desse fato para um possível trabalho de TCC (Tese de Conclusão de Curso). Se puder me ajudar, desde já agradeço muito!
E parabéns pela profissão e por ter feito do jornalismo, um exercício de paixão.
Um grande abraço
Lucineia Silva

Anônimo disse...

Lucinéia, lamento não poder ajudá-la, pois não me recordo deste incidente. No entanto, oriento-a a ligar para o jornalista Paulo Pupim, assessor de imprensa da UEM que, creio, poderá ajudá-la em alguma coisa.

Entre os fatos que me recordo, está a queda de uma esfera, em janeiro de 2009, no município de Jandaia do Sul; como segue o relato:

Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2009

Objeto cai do céu e danifica telhado de residência em Jandaia do Sul

A queda de um objeto causou estragos no telhado e um grande susto aos moradores de uma residência da Av. Getúlio Vargas, próximo a garagem da Empresa Princesa do Ivaí. O objeto tem forma de um côco, e é recheado com bolinhas de pólvora, podendo tratar-se de um artefato pirotécnico, ou seja, uma bomba de fogos de artifício que não detonou, já que o fato ocorreu na madrugada do primeiro dia do ano de 2009.

(Fonte Jandaia Online)


Abraços: Roberto Silva